quarta-feira, 4 de abril de 2018

isto.

o mais difícil, já percebi, é o início do mês,  especificamente o dia em que faço os pagamentos sem débito directo.  aproveito e vejo todos os movimentos do mês que terminou, se nos mantivemos ou não razoavelmente fiéis ao orçamento.
faço contas duma maneira e de outra. tento descobrir se vamos conseguir chegar ao fim do ano como planeado, se vamos conseguir viver com a decisão que tomámos. o excel baralha-me, tento respirar e não dá. fecho-me na casa de banho do trabalho, seguro nos joelhos com as mãos a ver se o ar entra melhor, este aperto não passa e sufoca. o herpes também já chegou, novamente.

esse dia passa pesado e no seguinte vou-me acalmando. ou fazendo de tudo para.

lembro-me que quando decido não há volta a dar, que a coisa pode correr mal e termos de vender a casa cedo, mas não sem antes ter certeza que fiz de tudo pelo nosso sonho. lembro-me da imagem de alguém resiliente: a tempestade pode passar por mim como passa por uma árvore, mas no fim, vou continuar bem erguida (seja lá o que isso for e até chegar uma tempestade com nome).

e acreditando mais ou menos nisso, lá me vou distraindo a ver o mês a passar.

até que o herpes volta.

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