quarta-feira, 16 de setembro de 2015

arranjar empregada de limpeza doméstica

o telefonema que queríamos mesmo fazer, após o A arranjar trabalho, era para a nossa empregada de limpeza!


foi apenas esperar saber os horários do A e peguei no telemóvel. qual foi a minha tristeza quando me disse que já estava novamente com horário completo, sem disponibilidade para nós.


tivemos esta ajuda doméstica desde o final de 2013, com a D com um aninho e mesmo antes de engravidar do S. mas tivemos de a despensar quando o A ficou desempregado.


neste momento, ao recomeçar com esta ajuda (e ainda pensando que seria a mesma pessoa), já tinha decidido que tinha de ter uma conversa aberta com ela. considero que uma empregada doméstica tem de ter liberdade de escolha na forma como faz as coisas. não me passa pela cabeça o meu chefe dizer-me de que forma devo fazer o meu trabalho. ele diz-me o quê, eu decido o como. no entanto, ela tem de seguir o que acordámos e tem de falar comigo. o básico: se lhe digo que não quero que arrume roupa no roupeiro, não pode arrumar. se lhe peço para desligar o aspirador no botão (e sendo que fui eu que comprei o aspirador e que trato da sua manutenção), acho que o deve fazer (acham que é pedir de mais?). se parte algo, tem de dizer-me, ou se o ferro de engomar caiu em cima do tapete e queimou-o irremediavelmente, também.


sendo que a pessoa vai ser outra, fui mais a fundo na questão. pesquisei um pouco e e deixo aqui alguns pensamentos e dicas (não convencionais) para quando contratamos ajuda doméstica.


decidir o tipo de ajuda que queremos
penso que em Portugal, a maioria das pessoas que tem empregada doméstica é para limpeza, arrumação geral e passagem a ferro, uma vez por semana. chamo arrumação geral a coisas como fazerem camas de lavado, estender e apanhar roupa, arrumar a loiça da máquina. no entanto ainda há pessoas que fazem mais. no trajeto que faço do comboio para o meu trabalho, centro de Lisboa, pleno ano 2015, vejo senhoras que dormem em casa da "patroa", fazem de tudo, conheco-as porque levam os cães à rua. têm de os passear à vez, porque os cães são grandes, e a empregada já não é nova. e depois há um meio termo, por exemplo, tenho pessoas próximas cuja empregada faz-lhes a sopa para a semana, estão atentas aos animais, ou mesmo vêm o que faz falta e fazem algumas compras. claro que aqui também entram questões financeiras e de legalização do trabalho, das quais não vou falar.


o que é para fazer, para mim é simples (ou eu acho simples):
  • limpar
  • engomar
isto significa: limpar pó e vidros, limpar casas de banho, limpeza geral da cozinha (basicamente bancadas e alguma coisa que esteja suja), aspirar e lavar o chão. também significa que lhe vou pedir para fazer limpezas detalhadas esporadicamente (como limpar a fundo o forno) ou sazonalmente (como limpar janelas). engomar a roupa que lhe deixe (costumava deixar um monte pequeno, que eram as peças prioritárias, e depois a outra senhora passava mais coisas por qualquer ordem).


o que não é para fazer:
  • fazer camas de lavado - acho muito pessoal
  • estender e apanhar roupa - idem
  • tirar a loiça da máquina - acho que é trabalho nosso, pode ser uma parvoíce, mas sinto que há outras coisas mais importantes para ela fazer
  • limpar placa de vitrocerâmica - tenho receio que se estrague alguma coisa;
  • arrumar roupa - sou muito esquisita com a ordem e modo de arrumação de roupa;
  • e finalmente, para uma extreme-controller-organization-freak, espero nunca jamais me aperceber que mexeu em alguma gaveta ou armário, onde não conste panos ou produtos de limpeza.


selecionar uma empregada doméstica
já tive uma senhora que foi só fazer uma limpeza maior à cozinha (comigo super barriguda da D), já tive a senhora que agora não pode voltar, e agora (espero) vou ter esta terceira senhora. em todos os casos, foi através de conhecimento. pedi contactos a amigas que eu sabia que tinham este apoio. desta vez, como estava com receio de não arranjar desse modo, aderi a um grupo do facebook de ajuda a encontrar empregadas. pensei também numa empresa especializada, aqui normalmente o trabalho pode ser muito bom, tudo legalizado e planeado, mas os valores também podem ser outros. nisto, chego à conclusão que a minha prioridade é mesmo ter um elo de confiança, vou entregar a minha chave a alguém que não conheço.. fundamentalmente quero:
  • que seja alguém de confiança - que fique como minha empregada através de "cunha"
  • que haja um click - porque tem de ser. temos de seguir os nossos instintos, tem de haver qualquer coisa! a cunha pode ser a melhor de todas, o preço super apelativo, parecer super cuidadosa, mas se não houver um click entre mim (dona da minha casa) e ela (ajudanta na minha casa), sei que não vai funcionar.


mas há também a possibilidade de selecionar pela negativa. conheço algumas pessoas com empregada e que partilham coisas connosco.. ou seja, o que não quero:
  • as que se despacham rápido mas partem / estragam ítens com frequência - já me basta os meus filhos, que felizmente até agora não se viraram muito para aí;
  • as que são tias, primas, cunhadas, etc, de algum amigo nosso - se alguma coisa pequena não corre bem, vamos ter dificuldade em dizer, se alguma coisa grande corre mal, nunca a vamos conseguir despedir;
  • as empregadas dos nossos vizinhos (aqueles vizinhos mesmo mesmo ao nosso lado, com quem ficamos horas a falar, e que até já me viram de gatas (ele) e até muito mais (ela) na altura em que se tornaram quase-padrinhos-de-sangue do meu filho) - sei lá eu a relação que os vizinhos têm com a senhora? sei lá eu se ela me descobre a 'maleta rocha' e lhes conta? sei lá eu se eles não acham que pode ser um convite ao swing?
primeiro contacto - o telefonema
lá me deram o telefone da menina que espero que seja a escolha acertada. telefonei. o que achei importante:
  • apresentei-me e disse quem me deu o contacto;
  • disse onde moro e perguntei se continuava interessada;
  • disse o tipo de trabalho que pretendo - falei logo das limpezas extra, se ela fazia esses trabalhos. ouvi o que me disse e escutei as reacções;
  • falei-lhe do nosso maior problema: os horários do A e como isso impacta no trabalho dela, em vez de eu lhe propôr soluções para os horários, escutei as opções que ela me deu.
  • perguntei quanto custa o trabalho dela;
  • agendámos um encontro para nos conhecermos, falarmos melhor, ela conhecer a nossa casa.




Segundo contacto - o cara a cara
há pessoas que preparam uma lista enorme de perguntas para este encontro. eu diria, acima de tudo, sigam o vosso instinto!
por exemplo, é claro que quero saber se posso contar com ela, se ela é de faltar ou não, mas não me parece que o vá saber perguntando-lhe se tem filhos e se eles são pequenos! eu tenho dois filhos, ambos pequenos, desde que voltei de licença de maternidade nunca faltei por precisar de estar com eles. também não quero saber a forma como ela organiza os armários, porque espero que não tire nada da ordem em qualquer armário, gaveta, etc. :) sigam o vosso instinto.
no entanto, acho importante sabermos se ela cozinha se quisermos que ela nos faça comida comestível, ou se sabe trabalhar com a máquina da roupa se vamos pedir que ponha roupa a lavar, etc.
para mim, neste segundo contacto acho importante:
  • saber um pouco da história profissional - no meu caso, a senhora está sem qualquer cliente, e se eu ainda não soubesse que ela tirou uns tempos para ficar com os filhos pequenos e que agora foram para a creche, gostaria de saber porque tinha ficado sem trabalho;
  • saber onde mora e como vai para nossa casa;
  • esclarecer dia e modo de pagamento e qualquer questão contractual que exista;
  • dizer o que quero que ela faça;
  • saber como ela costuma se organizar e fazer esse tipo de tarefas;
  • dizer o que não quero que ela faça (as coisas gerais que descrevi acima);
  • saber se é preferível arranjar uma pequena lista de tarefas;
  • acordar como fazemos para eu saber que é preciso comprar um detergente;
  • dizer quais são as prioridades - para mim é limpeza e só se houver tempo, roupa. pode haver dias em que hajam sub-prioridades :) ;
  • indicar onde estão guardados: aspirador, mopa, detergents, panos, etc.
  • falar sobre a necessidade de comunicar e a melhor forma para o fazermos! - porque nunca ou raramente nos veremos, porque ela irá fazer horários diferentes consuante os horários do A, porque se se estragar alguma coisa eu quero saber antes de o ver;
  • e... correndo tudo bem, agenda a primeira limpeza e dar a chave!
nestas coisas sou muito ponderada, mas cada vez mais tenho seguido o meu instinto neste tipo de decisões, tem corridor bem!


e vocês, alguma dica?

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